segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Garota do Penhasco - Lucinda Riley

"Por que todo mundo que me ama acaba me deixando ?"


Grania está em crise. Não apenas existencial como também em seu relacionamento com o marido - a quem abandonou e viajou para o outro lado do mundo. Além disso, um grande vazio e um sentimento de culpa devastador tomam conta de seu coração, a impedindo de tentar seguir em frente, e pior, a impedindo de perceber o amor das pessoas ao seu redor.

No meio desses problemas, Grania encontra na beira de um penhasco uma pequena garota ruiva de seis anos chamada Aurora, e a partir daí sua vida toma um rumo inesperado, e suas decisões passam a não ter consequências apenas para si mesma, mas para todas as pessoas a quem ama e a quem aprendeu a amar.

Devo começar a dar minha opinião dizendo que o livro não me agradou tanto, e que minhas expectativas não foram atingidas e muito menos superadas, e vou explicar meus motivos.

Desde seu primeiro lançamento no Brasil, Lucinda Riley com "A Casa das Orquídeas " encantou milhares de pessoas e o amor pela escrita "envolvente, e poética"  era praticamente geral, pela blogosfera se multiplicaram resenhas positivíssimas e apaixonadas. Infelizmente nessa época não tive oportunidade de conferir o lançamento, e minha experiência com Riley teve que esperar até o verão de 2014.

Por tanto amor compartilhado que as pessoas expressavam por Lucinda esperei um romance envolvente,  e profundo, cheio de paixão e quem sabe até reflexões e lições, e não foi isso que obtive ao ler "A garota do Penhasco".

A narração começa com Aurora - a própria-, a protagonista, deixando claro que está contando uma história ."Devo avisar que não sou profissional nisso" ela afirma, Percebi!    E depois a estória começa a ser narrada em terceira pessoa. Essa não é a única vez que o narrador muda, acontece mais algumas vezes durante a extensão do livro.

A narrativa de Lucinda é agradável, instigante em certos pontos e um pouco mais lenta em outros, mas o que é interessante, é que mesmo com as longas 528 páginas, o livro não se torna cansativo. O tempo todo, vai se construindo uma teia de acontecimentos que vão alimentando a vontade do leitor- e talvez seja por isso que eu tenha me decepcionado tanto.

E é aí que é percebe-se como a experiência na escrita é importante. A história de Riley não é inovadora e nem ousada, não há nada de totalmente novo, é um drama familiar (destaque DRAMA) como qualquer outro, e mesmo assim, Lucinda conseguiu prender a atenção até o fim.

Nos constantes flashbacks - que praticamente são o ponto forte do livro-, pode-se ver que foi necessária grande pesquisa para a construção de cenários que vão desde a segunda guerra, até a Irlanda da década de 60, é perceptível o esforço empregado ali para se passar uma imagem real, e também os sentimentos, temores e pensamentos das pessoas da época. E nada disso foi em vão, os flashbacks são realmente a parte mais interessante do livro (a parte de Mary é impressionante) e foram também o que mais me chamou atenção.

E talvez tenha sido isso que Lucinda tenha feito de errado, os flashbacks são tão interessantes e tão bem feitos, que quando acabam, deixam visível a mediocridade do enredo principal da trama.

Quanto aos personagens não há muito o que ser dito, eles foram bem desenvolvidos e bem caracterizados ( a pratica leva à perfeição). Eu particularmente não gostei muito de Grania, mas foi uma questão pessoal, e sinceramente achei Aurora a personagem mais madura e bem construída do enredo.

Por fim, eu não achei "A Garota do Penhasco" um livro ruim, porém também não o achei bom, achei razoável e infelizmente esperava muito mais de Lucinda Riley, é um romance familiar que não é envolvente (prefiro sinceramente "Jardim de Inverno, ou até "As Violetas de Março"). Eu tinha muita curiosidade em ler "A Casa das Orquídeas" e também "A luz através da Janela, mas com essa decepção acho melhor esperar um pouco. Não vou desistir de ler Lucinda, mas espero sinceramente ser surpreendido com os próximos.








Sinopse


"A Garota do Penhasco" é um romance que enreda o leitor através de vários fios: a história de Grania Ryan e sua querida Aurora Devonshire, a garota do penhasco, nos fala sobre mudança de vida.A história das famílias Ryan e Lisle é um lindo conto sobre um século de mal-entendidos e rancor entre inimigos que se acreditam enganados por falcatruas financeiras.O caso de amor entre Grania Ryan e Lawrence Lisle comove por sua delicadeza e força vertiginosa que culmina em imensa tristeza.Mas, sobretudo, "A Garota do Penhasco" é um livro que mostra como é possível encontrar uma finalidade, um propósito, quando todas as esperanças parecem perdidas.

Sobre Lucinda
Lucinda Riley nasceu na Irlanda. Enquanto atriz, trabalhou no cinema, teatro e televisão britânicos. A sua obra está já publicada em 26 países e vendeu mais de um milhão e meio de exemplares. Para além de Uma Espia no Meu Passado, na ASA está já publicado o seu romance A Menina na Falésia. Atualmente, divide o seu tempo entre o Reino Unido e França.
Para mais informações sobre a autora consulte o site lucindariley.co.uk






6 comentários:

  1. Interessante...Este livro não me chamou tanto a atenção, de fato. Prefiro romances mais Nicholas Sparks (avá, Mellyne!). Hahaha. Beijos da Meell! Postem mais, please.

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    1. Oi Meell, tudo bem?
      Também adoro livros estilo Nicholas Sparks, mas é sempre bom dar uma variada né?
      Pode deixar, vamos postar com mais frequência agora.
      Beijos

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  2. Eu nunca me interessei muito por esse livro, achava a capa até que bonita mas nunca tive vontade de ler, agora então menos ainda hahaha. Eu li As violetas de Março e AMEI é um dos meus livros favoritos. Vou pular essa leitura, quem sabe um dia né!
    Adorei o post e concordo com a Meell vocês precisam postar mais. =D Beijinhos.

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    1. Oi Fabi, tudo certo?
      Embora eu goste muito de dramas familiares, eu li mais por curiosidade mesmo. Queria descobrir se gostava da Lucinda ou não, e acabou que não curti muito a leitura.
      Enfim, também adoro "As Violetas de Março".
      Beijos

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  3. Não sou muito fa de livros nesse estilo, mas esse parece super legal ;)

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  4. Nossa amo dramas familiares, eu estava sentido falta disso nos livros de hoje, que otima sua resenha. Espero que a narração seja envolvente tanto quanto a história, pois isso faz toda diferença. Recomendo... Abraços!

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