segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

[Resenha] A passagem - Justin Cronin

Um experimento medicinal dá errado e de repente o mundo como conhecemos não existe mais. Após a descoberta de um vírus que teria o poder de dar habilidades especias e resistência superior a seres humanos, o exercito americano começa a selecionar pessoas que estão no corredor da morte para serem cobaias do que poderia se tornar uma "grande arma". A situação sai do controle, e em meio ao sequestro de uma jovem garota sem sobrenome para ser o último passo dos testes humanos e um comportamento estranhíssimo dos funcionários do prédio onde tudo acontecia, as cobaias escapam e consigo espalham o vírus por toda a America do Norte, fazendo com que em pouco tempo o lugar se transforme em um ambiente violento e inóspito.

Milhões de pessoas morrem, e um grande número delas viram os chamados "Virais". 

Os poucos sobreviventes dessa catástrofe se encontram em uma espécie de cidade cercada de muros enormes e rodeada de luzes ( que são a única coisa capaz de manter os virais longe), as pessoas vivem ali com certa comodidade e assim 100 anos se passam, até que as baterias das luzes começam a apresentar falhas. Em contrapartida uma garota misteriosa chega a colônia, aparentando ser, impossivelmente, imune aos virais, a angústia pela falta de respostas e o medo de ataques raivosos que começaram a acontecer na comunidade faz que Peter e outros 7 jovens sobreviventes saiam dos muros em busca de respostas e de mais sobreviventes.

Ao ambientar um livro de 816 páginas em duas épocas distintas e distantes, Justin Cronin tinha um grande desafio: fazer com que a leitura não se tornasse pesada e densa e ao mesmo tempo com que não fosse uma leitura superficial, e  deu de perceber pela narração mista que passa por transcrições de diários, relatos em primeira pessoa e narração comum em terceira que essa foi uma preocupação constante do autor. Me resta dizer que ele conseguiu o que queria, e o resultado foi um romance enorme e surpreendentemente bom.

Os personagens são construídos de forma devagar, de modo que é possível criar grande simpatia com todos, cada um foi meticulosamente bem explicado e explorado, e no decorrer do livro foi possível perceber em alguns personagens - Peter, por exemplo- um desenvolvimento e amadurecimento palpável.

O ritmo de leitura é rápido e acaba por fazer com que as 816 páginas nem pareçam tanto assim. Um problema pra mim foi o fato de que no final do livro, eu já não conseguia mais me surpreender com os acontecimentos. Talvez por ser um livro muito grande onde muita coisa inesperada aconteceu, algumas reviravoltas acabaram passando batidas e não causaram em mim o efeito desejado.

Pra mim um dos maiores triunfos do autor foi fazer que uma ficção científica não fosse tão intangível assim, e também o fato de conseguir falar de  assuntos atuais mesmo num livro que se passa 100 anos no futuro.

O trabalho da Editora Arqueiro  está satisfatório, porém senti muita falta de um mapa. Não que as explicações do autor não fossem suficientes, mas um mapa expandiria o universo criado.

Concluindo, esse livro foi um dos primeiros que li em 2015 e com certeza já é um dos favoritos. Mal posso esperar para ler a sequencia " Os Doze"

Sinopse
Quase um século depois que uma pesquisa científica financiada pelo Exército dos Estados Unidos foge do controle, tudo o que resta é uma paisagem apocalíptica. As cobaias utilizadas nos experimentos – prisioneiros a caminho do corredor da morte – escaparam do laboratório e iniciaram uma terrível carnificina, alimentando-se de qualquer ser com sangue nas veias e espalhando por todo o continente o vírus inoculado nelas. 
Um em cada 10 habitantes pode ter sido infectado. Os outros nove se tornaram presas desses virais, criaturas animalescas extremamente ágeis e fortes cujos únicos pontos fracos parecem ser a hipersensibilidade à luz e uma pequena área frágil próxima ao esterno. 
Em uma fortificação construída nas montanhas, cercada de muralhas de concreto e holofotes superpotentes, uma comunidade tenta sobreviver aos constantes ataques noturnos. Mas a precária estrutura que a protege está com os dias contados: as baterias que alimentam as luzes começam a falhar e uma invasão é iminente. 
Não se sabe o que aconteceu ao resto do mundo: a comunicação foi cortada, não há governo e o Exército nunca cumpriu a promessa de voltar. Provavelmente estão todos mortos. Mas a chegada de uma misteriosa andarilha traz novas expectativas: ao que tudo indica, ela tem as mesmas habilidades dos virais, mas não sua necessidade de sangue. Agarrando-se a essa esperança, um grupo parte da Colônia para buscar mais sobreviventes – e a verdade fora dos muros. 
Com uma narrativa tensa e bem-estruturada, Justin Cronin constrói personagens de complexidade psicológica surpreendente. Na transição do mundo que conhecemos para um que não poderíamos imaginar encontra-se uma humanidade sitiada pelos próprios erros.

6 comentários:

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  3. Já gostei pq o livro é grande rs Demora mais pra acabar e dá pra detalhar mais a história. Bem, de cara lembra um pouco outras histórias de zumbi, mas por ser um livro tão grande certamente devem ter coisas mais originais. Ta aí um livro que fiquei com vontade de ler :)

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  4. Oi! Nossa, o livro tem bastante páginas, mas isso não é um problema quando é bem desenvolvido pelo autor. Querendo ou não, parece ser uma trama bem tensa, até porque se trata de uma sociedade que foi levada a loucura por uma epidemia, amei o livro, promete muita aventura e um tanto de suspense. Vou ler.

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  5. Oiee!
    Eu não gosto de ficção científica nos livros, apenas nas filmes, já tentei ler alguns e nunca terminei a leitura.
    E esse além disso é bastante grosso, que bom que você gostou, eu não vou nem tentar pois sei que vou acabar abandonando.
    Bjokas!

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  6. Não conhecia o livro, mas adorei a resenha e por isso que já estou louca por ele. Vou colocar na minha lista para ler o quanto antes. Adoro livros grandes.
    Beijos.

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