quarta-feira, 6 de maio de 2015

[Resenha] Cidades de Papel - John Green

Com personagens cativantes e boas reflexões, John Green prova mais uma vez porque merece estar no topo das listas de mais vendidos

A adolescência e seus problemas têm ganhado espaço atualmente na literatura, os livros contemporâneos lotam as listas de mais vendidos e legiões de fãs se amontoam na frente das salas de cinema na estreia das adaptações ( porque sim, eles sempre ganham uma adaptação). John Green aproveita a onda, que afinal foi ele mesmo que começou, não é? Toda essa redescoberta dos livros que retratam os sentimentos adolescentes se deve a ele que com "A Culpa é das Estrelas" em 2013 conseguiu fazer um genêro ofuscado se tornar bestseller.

Cidades de papel, originalmente lançado em 2008 antecede toda essa febre de livros adolescentes, e talvez por isso tenha me chamado a atenção.

Para Quentim cada um tem seu milagre, e o dele era ser vizinho de Margo, a garota que observa e ama secretamente desde a infância. Quentim é um personagem interessante, tem suas filosofias e não dá muita importância para os obstáculos que a vida traz, é apaixonado pela rotina e não almeja um futuro tão grandioso, quer ser normal assim como é. Já Margo é Seu oposto, todos sabem que ela é destinada a grandes coisas.

Em uma noite Aparentemente normal Margo entra pela sua janela e o convoca para uma lista com 12 pequenas vinganças, que a vingarão de seus amigos traidores. Quentim reluta, mas acaba concordando, afinal estamos falando de MARGO ROTH SPIEGELMAN.

Após passar a noite mais incrível de sua vida fazendo coisas que nunca imaginou que faria, Quentim vai para a escola ansioso para descobrir como ficará sua relação com a garota de seus sonhos. O problema: Margo desapareceu. A aparente solução: uma série de pistas que parecem terem sido deixadas especialmente para Quentim. Margo passa de um enigma para um mistério, e quando mais perto Q chega da solução, menos ele enxerga a garota que pensava que conhecia.

Assim como a descoberta das pistas, a estória se desenvolve devagar, e o interessante é que mesmo com o enredo caminhando a passos lentos, a narrativa de John Green faz o ritmo de leitura se manter. É um livro muito rápido e o estilo despojado do autor contribuí para a fluência da estória.

Também em contrapartida com a história lenta, temos o protagonista, Quentim, se desenvolvendo de forma bem visível. A opção pela narração em primeira pessoa foi fundamental para mostrar como a cabeça de Q estava mudando, e como aos poucos ele foi entendendo a Margo de verdade.

 Das 305 páginas ( 360 na edição brasileira) ao menos umas 50 poderiam ser cortadas, pra evitar certa motonidade (essa palavra existe?) no meio do livro, que não atrapalha mas é desnecessária.

Os personagens secundários dão muita vida pra estória. São bem desenvolvidos, tem características bem marcantes e são peças-chave na narrativa. Vale destacar Lacey, que mudou muito do começo ao fim do livro. Margo que podemos chamar de "Protagonista Oculta" (podemos?) aparece pouco mas consegue mesmo assim estar sempre presente.

O conceito de "Cidades de Papel" apresentado por John Green é interessante, e me fez refletir muito. Além disso, me identifiquei com quase todos os personagens, afinal esse é o ponto forde de John Green, fazer com que o leitor se identifique com suas estórias. 


Quotes

"É muito difícil ir embora – até você ir embora de fato. E então ir embora se torna simplesmente a coisa mais fácil do mundo."



"Isso sempre me pareceu tão ridículo, que as pessoas pudessem querer ficar com alguém só por causa da beleza. É como escolher o cereal de manhã pela cor, e não pelo sabor."



Cidades de Papel
Autor : John Green
Editora: Intrínseca
Páginas : 360

Sinopse:

 Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.

Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.

Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.


A gente se vê ;)

11 comentários:

  1. John Green é um autor tão incrível, que mal foi lançado uma adaptação baseada em seu livro e já vem outra por aí hahahahah Mesmo sem ainda ter lido Cidades de Papel, eu já conhecia um pouco da história. Mas ainda não sabia que os personagens secundários eram tão bem desenvolvidos, isso acaba tornando a leitura incrível!

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  2. Só li A Culpa É Das Estrelas do John, mas estou com muita vontade de ler esse. Já sabia um pouco sobre a narrativa, mas adorei compreender mais. Adoro quando os personagens secundários são bem trabalhos. Agora já sei que preciso fazer a leitura.
    Beijos!

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  3. Realmente esse livro é mais lento e podia mesmo ter sido cortado em algumas partes, mas mesmo assim eu adorei a trama!
    Ansiosa para assistir o filme *0*
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  4. Eu estou descobrindo John Green aos poucos, li ACEDE e agora estou lendo um conto dele no livro Não deixe a neve cair e estou amando, espero conseguir ler todos os outros dele inclusive esse Cidade de Papel que o povo tem uma relação de amor e ódio com ele, ou amam ou odeiam, são assim os sentimentos que os livros desse homem divo desperta nas pessoas. Quero todos dele na minha estante.

    Amei a sua resenha, só me deixou mais curiosa e com mais amor por esse autor.


    bjs

    www.adorkable.com.br

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  5. Olha eu ainda não tive a oportunidade de ler nada do autor John Green, acredite se quiser, mas tenho bastante interesse, porque dizem que os livros deles são maravilhosos.
    Para você ter uma ideia apenas vi o filme A CULPA É DAS ESTRELAS, eu gostei, mas eu não achei um filme assim UAU sabe? Eu esperava mais depois de tanto que o pessoal falou do livro, mas mesmo assim ainda não li e espero curtir também.
    Eu adorei a maneira como você desenvolveu a sua resenha e também seu ponto de vista.
    Espero que me agrade, até porque quero ver o filme também e espero que seja 'muito bom viu?!

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/05/lancamento-editora-butterfly.html

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  6. Olá!
    O autor em questão, apesar de apreciado por muitos, não me agradou em sua escrita. Com exceção de Will & Will, seus outros livros me soaram excessivamente clichê, talvez eu seja muito rabugenta, já tentei muitas vezes me conectar com a escrita dele, mas não consigo. :(
    http://www.poesianaalma.com.br/

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  7. Não foi o meu livro favorito do John Green, sério. Quando eu li, fiquei animada com o livro nos primeiros capítulos, na parte em que eles estão se vingando de todo mundo, mas depois, quando ela simplesmente some, comecei a ficar irritada, principalmente com o desfecho do livro. Esperava bem mais, e já estou com medo do que vai ser o filme.

    http://laoliphant.com.br/

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  8. Eu amei esse livro!!
    Nossa, já faz um ano que li kkk tenho que reler!!
    O que mais gostei, principalmente, foi a união desses 3 amigos, como eles se desempenham ajudar o outro, sem reclamar ou jogar na cara.
    O Q tem muitaaaa sorte mesmo, pelos amigos que tem!
    Agora eu detestei com tds as forcas a MARGO, o meeeeninaaa, nojenta, chata, encrenqueira, mal amada kkkkkk gostaaa de se aparecer, que Deus nos livre!!
    O que estrago o livro, na minha opinião, É ELA!!
    Não é o melhor livro da vida, mas gostei muito, ainda mais com aquelas pistas, que Jesus, eu não identificaria NENHUMA!!!!
    Foi legal para conhecermos mais Walt Whitman!! Um poeta tão fooofooo!
    Enfim, gostei muito, apesar de não suportar a Margo kkk
    bjoos

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  9. Oi, tudo bem?
    Apesar de todos os elogios, algo nos livros do John Green não me despertam nenhuma vontade de ler.
    Talvez um dia minha opinião mude. Mas depois que assisti ACEDE essa falta de vontade ficou apenas mais forte.
    Bjs

    A. Libri

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  10. Oi, tudo bem?
    Fico feliz que tenha gostado desse livro, porque eu achei ele incrivelmente fraco! Não sei sinceramente quem achei mais chato se foi o Quentin ou a Margo. O Green parece que tem um dom pra criar personagens femininos insuportáveis como a Margo e a Alasca. Achei o Quentin muito infantil, tá certo que ele está na adolescência, mas tudo tem limites.
    Achei que o livro inteiro se resumiu a nada com aquele final. Ele passou o livro inteiro procurando ela e pra que?

    Abraços!
    http://www.livrosesonhos.com/

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  11. Oie, tudo bom?
    Esse livro do Green divide opiniões e tenho receio de não gostar da história, tanto que não li até hoje. Acho bacana a forma com que o autor faz a gente se identificar com seus personagens. Bom, ele está na minha meta de 2015 e espero ter uma experiência positiva.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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